Covid-19: estudo mostra aumento da doença durante aulas presenciais
Pesquisa realizada por docentes do IFSP monitorou profissionais durante aulas presenciais
A incidência de Covid-19 entre professores das escolas estaduais da rede paulista foi 2,92 vezes (192% maior) que a da população estadual adulta entre 7 de fevereiro e 6 de março de 2021, período em que as atividades escolares presenciais foram retomadas no estado de São Paulo.
O estudo Monitoramento de casos de Covid-19 na rede estadual de São Paulo foi divulgado pela Rede Escola Pública e Universidade (REPU), que reúnepesquisadores do IFSP, UFABC, Unifesp, USP, UFSCar e professores da rede estadual de São Paulo.
O estudo monitorou os casos de Covid-19 em 554 escolas da rede estadual paulista, e analisou os números das 299 unidades escolares que forneceram dados em todas as quatro semanas epidemiológicas investigadas. Essas escolas totalizam um universo de 12.547 professores e 3.947 servidores não docentes, e estão localizadas nos seguintes municípios do estado de São Paulo: Arujá, Caieiras, Cajamar, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha, Guarulhos, Hortolândia, Mairiporã, Osasco, Poá, Santa Isabel, Santo André, São Paulo e Sumaré. No período analisado, a incidência de novos casos de Covid-19 nas escolas cresceu 138% entre os professores, em comparação a um crescimento de 81% na população de 25 a 59 anos do estado de São Paulo.
Leonardo Crochik e Ana Paula Corti, docentes do Câmpus São Paulo do IFSP e membros do grupo de pesquisadores, destacam que o principal problema foi a negativa do governo em fornecer os dados do monitoramento oficial realizado pelo SIMED (Sistema de Informação e Monitoramento da Educação). “Frente a isso, o desafio do estudo foi realizar um monitoramento independente, capaz de levantar as informações que o estado mantém ocultas”, frisam.
Por fim, para os pesquisadores, a retomada das atividades escolares presenciais não pode ser considerada segura nas escolas da rede estadual, ao contrário do que vem anunciado o governo paulista.“Os resultados demonstram que as atividades presenciais nas escolas nãoeram seguras, assim como não são seguras neste momento. Infelizmente, ainsistência do governo de São Paulo em propagar que as escolas sãoambientes seguros em qualquer contexto levou, entre fevereiro e março, a umaexposição da comunidade escolar que poderia ter sido evitada”, afirmaLeonardo Crochik
Confira a nota técnica “Monitoramente de casos de Covid-19 na rede estadual de São Paulo” na íntegra .
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