Professora do IFSP receberá otítuloMaria Felipa da Contemporaneidade
Elisandra Pereira será homenageada por seu trabalho no combate ao racismo
A professoraElisandra Pereira,da área de GestãodoCâmpusBirigui,receberá, neste sábado (31), otítulo "Maria Felipa da Contemporaneidade".Otítulo seráconcedido pelo Instituto Maria Felipa,que fica em Salvador,em reconhecimentoao trabalho da docente do IFSP no combate ao racismo.A cerimônia de entrega do título acontecerá às 14h e será transmitida pelo
Elisandra preside a ComissãoEtno-Biriguie é representante do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do IFSP (Neabi).Ela conta que ao saber que receberia o título ficou muito emocionada. “Como professora-educadora e ativista social sempre levei para os meus trabalhos a história da população negra ainda não conhecida pela maioria da população brasileira, e a história da Maria Felipa é sempre uma das primeiras que conto, pois mostra não somente a força e resistência do povo negro, mas também a força, perseverança, inteligência, habilidade e astúcia da mulher negra na luta pelo direito de viver livre”, contou.
Maria Felipa de Oliveirafoi umamulher negra, e umadas guerreiras da independência da província da Bahia. Seu legado e importância para a independência do Brasil só foram reconhecidos em 2007.
Segundo Elisandra,receber um título com o nome de Maria Felipa ésignificado dereconhecimentopor seu trabalho contra o racismoetambém defortalecimento como mulher negra. “Assim como Maria Felipa,em sua luta datada de 1823, eu Elisandra, continuo lutando na certeza de que a população negra seja efetivamente livre, pois ser livre, assim como diz a cantora afro-americana Nina Simone, ser livre é não ter medo. Infelizmente, nós, pessoas negras, ainda vivemos em uma sociedade que nos promove medo, pois facilmente nos acusam, facilmente nos depreciam, facilmente nos matam”, afirmou.
A professora conta que seutrabalho de combate ao racismo começou muito antes de entrar no IFSP. Um de seus primeiros projetos, desenvolvido em sua cidade natal, Sertãozinho, foio SAWABONA contando africanidades.De acordo com Elisandra, oprojeto consiste em levar para espaços educacionais escolares e não-escolares a história da população negra ainda pouco conhecida pela maioria da população.
Segundo ela, alémde apresentar pontos importantes do processo de escravização e submissão da população, a política de exclusão social e do branqueamento,o projeto conta as histórias dos heróis e heroínas negros que tivemos em nosso país, como Maria Felipa, João Candido, José Francisco e outros, assim como Nilo Peçanha, o primeiro e único,até o momento,presidente negrodo Brasil. Elisandra lembra que Nilo Peçanha foi o mentor dasEscolasTécnicasFederais,que deram origem aosInstitutosFederais.
Desde que entrou no IFSP, em 2019,a professora temdesenvolvidodiversostrabalhosligados à educação antirracista,tendo atuação fundamental para a criação ecomposição da ComissãoEtno-Birigui, composta por pessoas negras, brancas e indígenas,que são responsáveis pelo desenvolvimento de ações de combate ao racismo. Devido ao volume de trabalho, a comissão conseguiuinserirdois eventosno calendário acadêmico. O primeiro é o ARANDU Festival Indígena, que ocorre em abril,e o segundoé o ZAYI Festival Afro-brasileiro e Africano, realizado no mês de novembro.
Segundo Elisandra, Maria Felipa foi a personalidade negra homenageada na primeira edição do ZAYI Festival Afro-Brasileiro e Africano do Câmpus Birigui em 2019, e foi aí que a ComissãoEtnobuscou informações e conheceu o Instituto Maria Felipa e sua diretora Hilda Virgens. “Desde então, ela tem acompanhado todos os trabalhos que tenho realizado nocâmpusjunto com a ComissãoEtno”, contou.
Da esquerda para a direita: Marcos RobertoRuybalBica, Diretor Adjunto Educacional doCâmpusBirigui, Padre Edgar de Souza Lima,BabalorixaOxalufan, Pastor Edgar Andrade Rocha, Líder BudistaJeisonTetsuoSato, Diretor-Geral doCâmpusBirigui, Edmar César Gomes da Silva, e as professorasElisandra PereiraeJoyceHelena Ferreira dos Santos
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